Os Nardoni verão o sol nascer quadrado. Com penas superiores a 1/4 de século, o casal não deve comer pastel de feira tão cedo. O pessoal vibrou como se fosse gol da Seleção. Não achei certo. Eu ao menos não aplaudi. Tinha certeza de que seriam condenados, mas não comemorei o resultado. Apague de sua mente uma possível simpatia por eles, de minha parte. Longe disso. Mas e o Zé? O Zé descansa em paz no cemitério da saudade. A mãe dele está aos poucos visitando menos o Dr. Delegado atrás de novidades sobre o caso do filho. E não tem tanto tempo que ele se foi.
Pergunto: por que não há essa comoção para com o Zé? só porque ele não era mais criança? Ou tão criança. Ainda nem tinha chegado no antigo segundo grau. E nem vai mais.
Num país desigual, a culpa e igualmente de todos. Você que está lendo, teu amigo que não está, eu que escrevo. Todos tem sua parcela. Não nos mobilizamos pois é difícil. O dia está corrido demais. Falta humanidade aos humanos.
Fiquei surpreso com os aplausos. Mas só no momento. Depois me pareceu normal. Talvez eu deixe escapar um "UUHHUU", quando a mãe do Zé puder descanasar. E não apenas ela, mas todos os pais, mães, filhos, maridos, esposas e amigos, de tantas pessoas que se foram de forma covarde, sem chance de defesa, sem motivo, tiverem a possibilidade de dizer: Justiça foi feita!
sábado, 27 de março de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário